tag:blogger.com,1999:blog-37550560719605294602024-02-18T22:45:06.802-08:00O arquivo de textos do Celso de Oliveira Vieiracelsohttp://www.blogger.com/profile/07179965136061112854noreply@blogger.comBlogger3125tag:blogger.com,1999:blog-3755056071960529460.post-87945418633783965322020-04-13T16:23:00.001-07:002020-04-13T16:23:29.496-07:00<br />
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Fichamento de
</div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<b>Ásta,
Social Kinds</b></div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Tipos Sociais (Social Kinds), definição: Uma coleção de fenômenos
definidos por uma propriedade ou traço que sejam sociais.</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Exemplos: dinheiro, raça, recessão, refugiados e qualquer outro
termo usado para explicar fenômenos sociais.</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
A definição é ampla pois é aquela com a qual Ásta começa a
investigação. Assim, ela pode permanecer aberta sobre as questões
mais controversas sobre os tipos naturais. Dentre essas, ela explora:
</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
1) O que faz um tipo social ser um tipo?</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
2) O que faz um tipo social ser social?</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
3) Tipos sociais são reais e objetivos?</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
4) Tipos sociais são compatíveis com o naturalismo?</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<b>1.
O que faz um tipo social ser um tipo?</b></div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Ela nega o realismo (membros de um tipo social partilham uma mesma
essência) e o nominalismo (tipos sociais são apenas conjuntos
arbitrários). Afinal de contas, se é difícil aceitar que haja uma
essência que toda pessoa que se identifique como ‘liberal’
partilhe, também é difícil aceitar que esse e outros tipos sociais
mais úteis nas nossas explicações de comportamento social sejam
tão arbitrários como grupos do tipo ‘alunos canhotos da quinta
série’.</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Ela seleciona duas opções mais plausíveis</div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<b>Tipo
Social Deflacionário:</b><span style="font-weight: normal;"> um tipo
social é uma coleção de fenômenos que figuram em alguma
explicação social.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<b>Tipo
Social Causal</b><span style="font-weight: normal;">: uma coleção de
fenômenos que tenham algum papel causal na explicação social.</span></div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-weight: normal;">Pensemos
no uso técnico do termo ‘<a href="https://www.police.govt.nz/about-us/history/museum/exhibitions/suspicious-looking-19th-century-mug-shots/physiognomy-photography-criminal-look">fisionomia</a>/
</span><span style="font-weight: normal;">frenologia</span><span style="font-weight: normal;">’
em que se tenta identificar as personalidades das pessoas, em
especial, dos criminosos, a partir de traços do seu rosto. No século
19 se aceitava essa abordagem, portanto, um tipo social como ‘rosto
de criminoso’ se encaixaria em uma definição deflacionária do
tipo social. No entanto, depois de algum tempo provou-se a falha
desse método na identificação de criminosos. Portanto, uma vez que
não há ligação causal, esse tipo social não se encaixa na
segunda definição que é mais exigente (Hoje em dia, há testes com
Inteligência Artificial que se valem d</span><span style="font-weight: normal;">e</span><span style="font-weight: normal;">
método</span><span style="font-weight: normal;">s <a href="https://theintercept.com/2016/11/18/troubling-study-says-artificial-intelligence-can-predict-who-will-be-criminals-based-on-facial-features/">similares</a></span><span style="font-weight: normal;">).</span></div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<b>2.
O que faz um tipo social ser social?</b></div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<b>a.
Tipos sociais como dependentes da descrição</b></div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Hacking propõe que um tipo social depende de haver uma descrição
aceita do tipo em questão. Surgiriam duas opções:</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Concepção ampla: existe o conceito que descreve o tipo social,
ainda que os membros do grupo ao qual o termo se refere não se
identifiquem com ele.</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Concepção estrita: existe o conceito que descreve o tipo social e
os membros do grupo ao qual o termo se refere estão cientes (e se
identificam com ele).</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Na concepção acima não podemos falar de gays na Grécia antiga
porque esse conceito não existia. Na concepção estrita só podemos
nos referir a alguém que é gay se a pessoa se identifica como tal.
Já na concepção ampla pode se identificar que alguns
comportamentos fazem parte do movimento gay mesmo se os participantes
não estejam cientes disso. Ademais, podem haver casos em que
terceiros cunham ou identificam um termo para um tipo social e depois
aqueles a quem o termo se referem o aceitam. Talvez o <a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Rwandan_genocide">exemplo</a>
mais conhecido, e mais trágico, (ainda que não seja consensual
entre os historiadores) seja da divisão entre Tutsi e Hutus em
Ruanda É muito comum que o termo comece aplicado de uma forma
depreciativa e depois o grupo o abrace como parte da sua identidade.
</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Porém, Asta nota que em tal concepção não pode haver um fenômeno
como ‘recessão’ (que é um tipo social) sem haver o conceito de
recessão. Porém, parece legítimo que historiadores expliquem
certas migrações antigas por causa de recessões. Logo, a definição
de tipo social deve ser mais ampla.</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<b>b.
Tipos sociais dependentes de atitudes subjetivas.</b></div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Searle disse que os tipos sociais são ontologicamente subjetivos e
epistemologicamente objetivos. Isso quer dizer que para um tipo
social existir ele depende que haja alguém que acredite nele. Por
outro lado, conhecer as propriedades desse tipo social é algo que se
pode fazer de maneira objetiva e não depende das crenças de
ninguém. Para existir dinheiro é preciso que as pessoas acreditem
que um pedaço de papel tem um certo valor, mas não é a crença das
pessoas que confere o valor a cada nota de dinheiro.</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-weight: normal;">Asta
prefere distinguir entre propriedades institucionais e propriedades
comunais. As institucionais, como o dinheiro, ganham significado
social quando são instituídas por alguma autoridade. As comunais,
como rosa é cor de menina, é instituída pela opinião das pessoas
em uma comu</span><span style="font-weight: normal;">n</span><span style="font-weight: normal;">idade.
</span>
</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Ainda assim, esses casos não são exaustivos. Mais uma vez o
contraexemplo é o da recessão que parece ser definida
matematicamente.</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<b>c.
Tipos sociais como lugares de hierarquia social</b></div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-weight: normal;">Há
quem adote uma postura exclusivamente ligada ao status social para se
pensar os tipos sociais. Para Haslanger os tipos sociais dependem dos
membros ocuparem alguma posição social e dependem do comportamento
inconsciente das pessoas. Assim, para se pesquisar um tipo social não
se deve olhar para o sujeito, mas antes para as práticas sociais. O
conceito de viúva, por exemplo, não pode ser entendido sem se
verificar se há algum tipo de dogma que muda a atitude das pessoas
diante de quem se tornou uma viúva.</span></div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<b>3
Tipos sociais são objetivos e reais?</b></div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Tipos sociais, segundo a maioria, dependem existencialmente nas
atitudes e comportamentos das pessoas. No entanto, isso não quer
dizer que não possamos fazer pesquisas empíricas e descobrir os
fatos sobre eles. Eles são epistemologicamente objetivos.</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Sobre a existência dos tipos sociais,as opções de ontologia mais
defendidas são:</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Nominalismo dinâmico: a existência depende da descrição e dos
membros do grupo que o termo se refere. É dinâmico porque podem vir
a ser e deixar de existir (Hacking).</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Nominalismo de aparência: Haveria um caso paradigmático que
determina que tudo aquilo que se parece com esse caso é um membro do
grupo referido por um termo. Haveria um caso paradigmático de mulher
que determina que tudo que se pareça suficientemente com ela seja
uma mulher (Stoljar).</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Realismo crítico: Apesar de serem construídos socialmente, os tipos
sociais são tipos reais, em que ‘real’ quer dizer aptos a serem
portadores de verdade. Isso independe dos nossos termos, nomes e
conceitos para eles (Haslanger).</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Acho que poderia ter uma fonte maior de possibilidades. Por exemplo,
me parece que tampouco essa última opção seja suficiente para
entender tipos sociais como a recessão. Talvez eles exijam uma
análise separada.<!-- Colocar reflexão sobre o conceito de raça. Acho que existe, mas que não deve ser usado? --></div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<b>4
Tipos sociais são compatíveis com o naturalismo?</b></div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Um naturalista estrito não aceitaria a postulação de normas de
comportamento, que fundamentam os tipos sociais. Porém um
naturalista mais amplo aceita que tudo que objeto das ciências
naturais deve fazer parte da nossa ontologia. Como existem pesquisas
empíricas que revelam como tais normas sugiram e como elas operam,
isso bastaria para naturalizar os tipos sociais sem ter que aceitar a
existência de normas que transcendem os sujeitos.</div>
<br />celsohttp://www.blogger.com/profile/07179965136061112854noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3755056071960529460.post-57240069065210996962020-02-04T09:14:00.002-08:002020-02-04T09:20:07.041-08:00<br />
<div lang="pt-BR" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
</div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">Um
fichamento de</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;"><b>The
Idea of Moral Progress, Michele Moody-Adams</b></span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">A
proposta de Moody-Adams é apresentar uma defesa da possibilidade de
progresso moral sem precisar satisfazer a necessidade, colocada pelos
críticos, de que, para tanto, seria preciso antes ter descoberto um
padrão objetivo com o qual julgar a correção moral. Primeiro ela
mostra o porquê, depois como e, por fim, quem deve fazê-lo.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;"><b>Porquê?</b></span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">Segundo
Moody-Adams,</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">(a)
Conceitos morais como ‘justiça’, ‘liberdade’ e ‘compaixão’
possuem uma profundidade semântica ligada aos estados de mundo ao
qual elas se referem.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">(b)
Aprofundar a nossa compreensão desses conceitos consiste em entender
melhor o seu grau de aplicação a um estado de mundo particular.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">(c)
O aprofundamento é sempre local já que ocorre em vista de estados
de mundo particulares</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">(d)
Esses estados de mundo, no entanto, possuem uma complexidade
ilimitada que</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;"> (d1)
impede uma compreensão total</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;"> (d2)
garante que haverá sempre lugar para aprofundar a compreensão.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">(e)
O sucesso no nosso aprofundamento semântico consiste em captar
melhor a nossa experiência daquilo a que o conceito de refere.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">(f)
O progresso moral na prática acontece quando um entendimento mais
profundo de um conceito moral é realizado em comportamentos
individuais ou em instituições sociais.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">A
partir de um exemplo citado em várias partes por ela podemos
construir uma linha que ilustra o processo:</span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrWr1ex814ji_CQaGSlHbSkXy9jcr1t7syON0Jed9HYK1SdBuR4DIAqiQ9H4ecbxFVXcaOow09bjV4K5elALYUIABIiUmRyoa3tcG-dXKC5dryP2j2qwI5w0HQkrw28B7zu_ap6LvKtvo/s1600/prog.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="340" data-original-width="794" height="273" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrWr1ex814ji_CQaGSlHbSkXy9jcr1t7syON0Jed9HYK1SdBuR4DIAqiQ9H4ecbxFVXcaOow09bjV4K5elALYUIABIiUmRyoa3tcG-dXKC5dryP2j2qwI5w0HQkrw28B7zu_ap6LvKtvo/s640/prog.png" width="640" /></a></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">Veja como (c) é o que devia ser
ultrapassado e que (e) e (f) atestam que (c) foi ultrapassado tanto
na convenção social quanto nas leis (ainda que ocorram violações
dessas que ainda precisam ser combatidas).</span></div>
<div align="justify" style="font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">Note ainda que d1 mostra que,
apesar do aprofundamento, não se chegou a uma compreensão perfeita
do que é igualdade (social).</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;"><b>Como?</b> </span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">Moody-Adams
adota uma visão não-inovadora e não-principial do progresso moral.
Isso quer dizer que, para ela, o progresso moral não parte de
inovações ou criações de novas ideias morais, mas sim pelo
aprofundamento de ideias morais já correntes. Ademais, o
aprofundamento não deve se guiar pela busca de princípios mais
sofisticados, mas antes pela noção complexa de conceitos morais
correntes. Vamos ver essas duas características separadamente.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;"><b>Aprofundamento
vs. Inovação</b></span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">Duas
hipóteses competem para se entender como aconteceria o progresso
moral:</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">i)
Inovação: para avançar a moralidade é preciso de criar novas
ideias morais. Slote, por exemplo, acha que para questionar a
escravidão e fundar o feminismo foram precisos novas ideias morais.
A fonte dessas inovações seriam os filósofos morais, como o
utilitarismo no século 19.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">ii)
Aprofundamento: Moody-adams diz que a maioria dos filósofos morais
apresenta seu processo como reformulações de elementos centrais da
consciência moral do seu tempo. Mill, por exemplo, disse que o
utilitarismo revela os compromissos regulativos da tradição
judaico-cristã que tinha ajudado a definir a moralidade convencional
até o século 19 como ‘amar teu vizinho como a ti mesmo’.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">Utilizar
uma abordagem do aprofundamento para entender o progresso moral não
implica que não haja inovação. A diferença está apenas no lugar
em que ela ocorre. Moody-Adams opõe a criação de ideias morais
fundamentalmente novas em (i) à geração de novos <i>insights</i>
morais fundamentados nas ideias morais correntes em (ii). Assim,
aprofundar abre uma nova dimensão à qual não se tinha acesso, mas
sempre fundamentado por ideias que já eram correntes na comunidade
em que elas ocorrem.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">É
fácil verificar como a abordagem do aprofundamento se encaixa melhor
no projeto de Moody-Adams.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">Em
(e) acima podemos ver que o valor de sucesso (adaptando a noção de
valor de verdade) é fornecido por ‘captar melhor a nossa
experiência’. Ideias morais fundamentalmente novas não teriam
como refletir essa experiência coletiva. </span>
</div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">(Os
candidatos para a referência desse ‘nossa’ são dois. Por um
lado, ela afirma que o pedido de progresso moral deve sair de grupos
que, no presente, sofrem com uma concepção injustificadamente
restrita/ excludente de uma noção moral. Por outro lado, esse
‘injustificadamente’ deve ser reconhecido pelos outros (ou seja,
aqueles que não sofrem com essa concepção). Portanto, parece que o
‘nossa’ deve se referir, no mínimo, também a uma vanguarda
moral que adota precocemente os novos insights morais. Infelizmente
isso não é bem resolvido no texto.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">Em
(f) encontramos um tipo de medidor de sucesso do progresso moral.
Esse medidor, segundo Moody-Adams, é a mudança de comportamento de
indivíduos ou instituições de modo a aceitar o novo insight moral.
Mais uma vez, esse aspecto combina melhor com uma abordagem de
aprofundamento interno do que inovação externa já que é muito
mais provável que as pessoas aceitem novos comportamentos que façam
sentido em vista das suas noções fundamentais do que rupturas
extremas.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;"><b>Conceitos
vs. Princípios</b></span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">Uma
vez que se aceita a posição do aprofundamento como operante no
progresso moral, temos uma subdivisão: </span>
</div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">Por
princípios: Raz defende que as unidades inovadoras do processo de
aprofundamento moral são os princípios. Essa postura parece se
encaixar no caso de Mill já que os compromissos regulativos citados
por ele parecem ser princípios, e, mais importante, no utilitarismo
o que guia o desenvolvimento moral é o princípio de, a cada
ocasião, fazer a escolha que gere a maior felicidade em geral.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">Por
conceitos: Outra possibilidade é pensar os conceitos morais como as
unidades-base do processo de inovação. Nessa abordagem, se aceita
que esses conceitos possuem uma complexidade irredutível a
princípios básicos ou regras simples. Esses conceitos ou ideias
morais seriam os referentes de termos como ‘justiça’,
‘compaixão’ e similares. Operar com base nos conceitos não
exclui o uso de princípios para se aprofundar na sua compreensão, o
erro seria apenas tentar encontrar um princípio único que dê conta
de cada um dos conceitos (ou deles todos).</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">Moody-Adams
acredita que operar com base na noção complexa de conceitos é a
melhor opção. Isso se encaixa na constatação de que os estados de
mundo aos quais eles tentam se referir possuírem uma complexidade
ilimitada em (d). Essa abordagem, por sua vez, nos eximiria do
requerimento por parte dos críticos de se encontrar um padrão
objetivo pré-delimitado para se julgar o progresso moral.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-decoration: none;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">Moody-Adams não usa o
vocabulário de ‘virtudes’, mas parece que a sua concepção de
‘conceitos morais complexos referidos por termo como justiça,
compaixão etc’ se encaixa no que se chama de ética das virtudes.
As virtudes seriam conceitos, mas teriam uma ligação ao local (a
comunidade que as usa) e são operantes no oferecimento de razões
públicas.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-decoration: none;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;"><b>Quem?</b></span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman", serif;">Moody-Adams segue Walzer para quem as mudanças morais progressivas saem mais de
operários da crítica social e luta política do que especulação
filosófica que muda paradigmas. Ela</span><span style="font-family: "times new roman", serif;"> define 4 características dos inquiridores morais:</span><br />
<span style="font-family: "times new roman", serif;"><br /></span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">1.Ter
um comprometimento pessoal com as consequências diárias dos seus
argumentos.<span style="text-decoration: none;"> Em geral, vindo de
resposta à experiência pessoal de uma dificuldade advinda de
tratamento raso da moralidade na prática corrente.</span></span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-decoration: none;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">2. Estar disposto a assumir
grande risco pessoa para avançar as suas causas. Em contrapartida,
deve querer minimizar os riscos causados aos outros.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">3.
Expôr outros a algum risco só será permitido se for um meio
moralmente necessário de combater praticas perigosamente rasas e de
regresso moral.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">4.
Estar disposto a usar métodos de persuasão que não são
tipicamente reconhecidos pelos filósofos como métodos de persuasão
racional.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">A
pergunta que se segue é se pode um protesto, um costume/ postura ou
uma obra de arte ser uma forma de persuasão racional. O mais comum é
seguir Stevenson para quem desobediência civil não violenta e
exemplo pessoal são formas de persuasão não racional. Mas para
Moody-Adams isso não faz jus às evidências. Ela cita a carta de
Martin Luther King dizendo que o movimento dos direitos civis queria
criar ‘uma tensão na mente’ e ‘crise intelectual’ ao obrigar
os segregacionistas a reconhecer as inconsistências entre o ideal
democrático da igualdade e a realidade da segregação sancionada
por lei.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">Se
for assim, o papel fundamental é o da reflexão racional e, apenas
em um segundo momento, que protestos, panfletos, obras de arte e etc
podem servir para divulgar essa reflexão à sociedade. Se isso faz
sentido, se confirmaria a necessidade de uma divisão de trabalho
entre filósofo e ativista. É claro que a mesma pessoa pode
desempenhar ambos papéis, o exemplo mais citado por ela é Sócrates, mas fica claro que são papéis diferente.
Isso se segue de as ferramentas eficazes na divulgação serem distintas daquelas utilizadas na reflexão.</span></div>
<div id="sdfootnote1">
<div class="sdfootnote" style="margin-left: 0cm; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="sdfootnote" style="margin-left: 0cm; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
</div>
<br />celsohttp://www.blogger.com/profile/07179965136061112854noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3755056071960529460.post-54554991352400516792014-05-12T17:15:00.001-07:002017-11-05T14:18:14.682-08:00<div style="text-align: center;">
<b><span style="color: #444444;"><br /></span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="color: #444444;"><a href="http://celsodeoliveiravieira.blogspot.com.br/p/aulas.html">Aulas</a> / <a href="http://celsodeoliveiravieira.blogspot.com.br/p/livros.html">Livros</a> / </span></b><b style="color: #444444;"><a href="http://celsodeoliveiravieira.blogspot.com.br/p/em-nome-do-hades-platao-e-as.html">Artigos</a> / <a href="http://celsodeoliveiravieira.blogspot.com.br/p/conferencias.html">Ensaios</a> / <a href="http://celsodeoliveiravieira.blogspot.com.br/p/imprensa.html">Imprensa</a> / <a href="http://celsodeoliveiravieira.blogspot.com.br/p/info.html">Info</a> / <a href="http://celsodeoliveiravieira.blogspot.com.br/p/extras.html">Extras</a></b></div>
<br />
<span style="color: #444444;"><br /></span>
<br />
<div>
<br /></div>
<span style="color: #444444;"></span>
<span style="color: #444444;"><br /></span>
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